Arte ao ar livre


A ideia de conciliar arte com natureza sempre agradou à professora Cristina Vaz e, por isso, no presente ano letivo, subordinado ao tema das Artes Visuais, foi decidida a organização de um passeio ao ar livre por ocasião da mostra de arte de Moutier. Alunos, pais, avós e um cão deslocaram-se nas suas viaturas até ao local e o passeio correu muito bem, apesar de uma subida mais íngreme pela montanha, que resultou em suspiros quase de desespero.

A visita começou com a observação da fachada da casa de Rousseau e leitura de um texto sobre a sua vida e obra, referências ao “Cândido” de Voltaire, a Voltaire, ao terramoto de 1755, em Lisboa e em Vila Real de Santo António, bem como à definição de Iluminismo.

Seguiu-se um breve resumo sobre o absinto, a sua fabricação e o seu uso por poetas simbolistas, tais como Rimbaud, Apollinaire ou Mário de Sá Carneiro. Cada família levou uma fotocópia com o resumo do que ouviram e o poema “Salomé” de Mário de Sá Carneiro.

As esculturas e as “performances” nem sempre agradaram devido à sua originalidade, o que não é de todo negativo porque a arte pretende isso mesmo: criar sensações, perturbar a ordem estabelecida, interrogar. Como nenhuma família comprou o programa, a professora foi indicando para algumas obras, qual tinha sido a intenção do autor.

Maior entusiasmo teve o enigma que lhes foi colocado e que tiveram oportunidade de descobrir posteriormente. “Elle est là”, umas letras vermelhas colocadas de forma bem visível no cimo da montanha, interrogava: “quem seria ela?”. A resposta, obtiveram-na na subida à cascata onde se encontrava a estátua da mulher vermelha e umas notas explicativas sobre a mesma. Um dos desafios foi, então, chegar ao local onde se encontravam as letras e tirar fotos.

Devido ao elevado número de “performances” e à distância entre elas, alunos e pais puderam fazer uma saudável caminhada de 3 horas, entre jardins, floresta, cascata e montanha, estando simultaneamente entretidos a descobrir obras de arte escondidas, quer fisicamente, quer pelo insólito da localização ou suas invulgares características.

Ao exercício físico juntaram-se atividades que exercitam a mente e o espírito crítico, o convívio e a boa disposição e tudo isto resultou numa forma saudável, original, divertida e educativa de passar uma longa manhã de domingo.