A contemporaneidade da obra O Lagarto, de José Saramago

Aquando da leitura de “O Lagarto”, alguns alunos dos cursos de Bülach, Seebach e Winterthur, nível A1-B1, encontraram nesta obra uma marca de contemporaneidade, pois ligaram-na à atualidade, à guerra Rússia-Ucrânia. Após a leitura, descodificação e debate do tema e simbologia presentes na obra, da ligação destes à visão social, política e ideológica de Saramago, os alunos compreenderam melhor o conto e, ao compará-lo com um facto real e contemporâneo, a invasão da Ucrânia por parte da Rússia, viram nele marcas de intemporalidade.

Depois de terem feito o trabalho precedente sobre a guerra e de terem estudado e debatido a nossa religiosidade, a aparição da Senhora de Fátima aos pastorinhos e a importância desta para nós, portugueses, e, partindo de alguns símbolos presentes na obra de Saramago, os alunos elaboraram estes trabalhos.

Segundo os alunos, o lagarto que aparece em Lisboa, no Chiado, é o exército russo que invade a Ucrânia e amedronta as pessoas; as Forças de Segurança Internas e as Forças Armadas são o exército ucraniano que se defende e tenta expulsar o monstro inimigo; as fadas são associadas à Nossa Senhora de Fátima, à Imagem peregrina n.º treze que se encontra em Lviv a pedido do arcebispo metropolita greco-católico. As fadas em O Lagarto e a presença da Imagem da Sra. de Fátima em Lviv são a esperança na intervenção do “maravilhoso”, do “divino”, para acabar com esta guerra e a transformar numa flor e, depois, numa pomba branca, ou seja, na paz tão desejada.

Através dos seus desenhos, os alunos exprimem a sua compreensão, o seu espírito crítico e de relacionação da obra com esta guerra e “Porque as palavras estão ausentes”, “As palavras deixaram de comunicar”, deixemos falar as suas ilustrações!

Professora Ana Teresa Miotti